Acesso à internet fica mais barato, mas países pobres ainda sofrem com preços elevados
O acesso à internet ficou mais barato para pessoas de todas as faixas de renda em todas as regiões do mundo neste ano, de acordo com o relatório “Facts and Figures” (Fatos e números, em tradução livre), da União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O preço médio global dos serviços de banda larga móvel caiu de 1,9% para 1,5% da Renda Nacional Bruta (RNB) per capita.
Segundo a UIT, apesar da queda, o custo continua sendo um obstáculo para o acesso à internet, especialmente em economias de baixa renda. Além disso, a atual conjuntura, marcada por inflação alta, elevação das taxas de juros e profunda incerteza, pode aumentar o desafio de estender o alcance da internet a regiões nas quais a renda é mais baixa.
“A internet pode estar mais acessível de forma geral, mas, para bilhões de pessoas ao redor do mundo, continua fora de alcance como sempre”, diz o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao. “Precisamos manter o acesso à internet na direção certa, mesmo à medida que a crise global afete mais profundamente as perspectivas econômicas de muitos países”, complementa.
No início deste ano, a entidade informou que 2,7 bilhões de pessoas (aproximadamente um terço da população mundial) permanecem desconectadas. Apesar de expressivo, o número aponta uma melhora em relação a 2021.
ECONOMIAS DE BAIXA RENDA
Segundo a UIT, para o consumidor médio da maioria dos países de baixa renda, o custo dos serviços de banda larga fixa ou móvel continua significativamente alto.
Nessas nações, o preço médio de um plano básico de dados móveis, por exemplo, representa 9% da renda média das pessoas. O percentual indica uma ligeira queda em relação ao ano anterior, mas se mantém em nível bastante superior ao custo de serviços similares em nações de renda alta.
Para que a internet se torne, de fato, acessível em todas as partes do mundo, o serviço de banda larga deve ter um preço inferior a 2% do RNB mensal per capita, destaca a instituição.
MAIORES USUÁRIOS DE INTERNET
No recorte por gênero, o relatório mostra que, em todo o mundo, 69% dos homens têm acesso à internet, contra 63% das mulheres. Em números absolutos, são 259 milhões de mulheres a menos conectadas do que homens.
O “Facts and Figures” também estima que quase três quartos da população global com 10 anos ou mais possuem um telefone celular.
Por fim, a pesquisa destaca que os jovens de 15 a 24 anos são a faixa etária mais conectada, com 75% com acesso à internet, percentual superior ao da população mundial (65%).