A meta da Sumicity são 500 mil assinantes em 2022
Depois da entrada do fundo EB Capital como acionista majoritário, no final ano passado, a Sumicity, provedor que atua no estado do Rio de Janeiro, sul do Espírito Santo e Zona da Mata de Minas Gerais, está redesenhando sua operação para cumprir o plano estratégico de atingir 500 mil assinantes em 2022.
“O crescimento será tanto orgânico quanto inorgânico”, relata Fábio Abreu, CEO da companhia, responsável por acelerar a expansão da operação para novas cidades — hoje ela está presente em 27 cidades e até o final do ano ativará mais 12 — e ampliar o market share, de 20% para 28% até dezembro. Mas quem comanda a aquisição de provedores é Vicente Gomes, criador da Sumicity, presidente do Conselho e ainda dono de 40% da empresa.
“Estamos negociando a compra de dois provedores na nossa área de atuação que somam 40 mil clientes em fibra”, conta Gomes. O processo está bastante adiantado, perto da conclusão, e vai ter impacto na base de assinantes da empresa, que fechou abril com cerca de 120 mil assinantes. Para dezembro, a meta é chegar aos 200 mil assinantes. Só no primeiro quadrimestre deste ano, a base cresceu 32,4% com um ticket médio de R$ 111.
Segundo Abreu, o cenário econômico não impacta o crescimento, pois ainda há muita demanda reprimida por banda larga de maior velocidade e qualidade. Mas ele diz que a empresa começa a sentir um leve aumento da inadimplência e do churn de clientes que, no caso da Sumicity, ainda é baixo, de 1,5%. Para combater esses dois fenômenos, a empresa adotou uma série de medidas de controle de retenção do cliente e de regras de relacionamento com o cliente no ciclo da cobrança. Além de avisos antes do vencimento da fatura, instituiu facilidades como impressão automática do boleto, débito automático e pagamento via cartão de crédito.
Para aumentar o market share, a Sumicity vem adotando uma política agressiva de marketing, de campanha de TV nas afiliadas regionais da Rede Globo a publicidade porta a porta. Seu plano de entrada é de 50 Mbps a R$ 89,90 e vem antecipando demanda com a oferta por 12 meses do Sumicity Play e do Top Movies em plano de 160 Mbps por R$ 99,90.
Mais governança
Além do ritmo acelerado de crescimento, o que mudou com a chegada no EB Capital na Sumicity foi a forma de governança. Quem dirige a empresa não é mais apenas Vicente Gomes assessorado por cinco executivos sêniors. As decisões passam pelo Conselho de Administração e pelo Comitê Financeiro, com reuniões mensais, pelo Comitê de Investimentos, com reuniões quinzenais, e pelas reuniões semanais de diretoria. Na área técnico-operacional não mudou muita coisa, mas na de gestão o quadro foi muito ampliado e renovado. Hoje são 26 executivos e 86 líderes. O quadro de funcionários já chega a casa do milhar, 550 na cidade do Carmo, interior do Rio de Janeiro, sede da empresa.
Para dar conta da expansão da rede, que tem 12 mil quilômetros entre rede urbana e backbone, a Sumicity gastou R$ 12 milhões no upgrade de todo o core. Os roteadores Juniper, num total de 21, foram todos substituídos por novas máquinas a partir do ano passado com capacidade total de 19 Teras de processamento. “São máquinas capazes de fazer interface com nosso backbone que é acima de 100 Gbps”, diz Abreu.
Outro investimento relevante está sendo feito em três data centers – cerca de R$ 6 milhões. No de Carmo, prestes a entrar em operação, ficarão o head end da TV e os recursos de TI. No de Itaboraí, também a ser ativado nas próximas semanas, os recursos de borda de rede e TI. O de Guapimirim será um espelho do de Itaboraí, relata Adriano Silveira, diretor de Operações da Sumicity.
Mas a menina dos olhos de Fábio Abreu é o Centro de Treinamento, a ser inaugurado mês que vem. Foram quase R$ 1 milhão investidos para montar no pátio de um galpão uma rede externa de transmissão óptica e, em um laboratório, o acesso em uma casa com rede FTTH e, em outro, a um prédio, com rede FTTA. O centro tem capacidade para treinar 40 colaboradores próprios e de terceiros por semana e salas para avaliação teórica ao final do curso que tem 48 horas. Para montar o projeto, Abreu foi buscar um antigo colega de trabalho, Adalberto Bertelli, coordenador de Capacitação, que montou um projeto semelhante quando trabalharam juntos na Telefônica.