5G vai impulsionar negócios de US$ 1,3 trilhão por ano, aponta Ericsson

Segundo o vice-presidente de Redes e Serviços Gerenciados da Ericsson Brasil, Marcos Scheffer, a indústria de manufatura é a que tem maior potencial de transformação com a tecnologia 5G e as operadoras precisam se preparar para atender a essa vertical

O potencial de negócio para as TICs globais será de US$ 3,4 trilhões por ano, a partir de 2026. Desse total, US$ 1,3 trilhão serão impulsionados pela 5G e, desse montante alavancado pela tecnologia, US$ 620 bilhões serão diretamente endereçados às operadoras e vão surgir no processo de digitalização. Esse é o resultado do estudo realizado pela Ericsson para medir a capacidade que a tecnologia 5G trará para o processo de transformação dessas indústrias.

Conforme o relatório, 5G Digital Potencial, as operadoras irão gerar valor proporcionalmente à sua oferta de serviços. “As operadoras que vão conseguir se apropriar dos US$ 620 bilhões estimados serão as que oferecerem conectividade, gerenciamento e desenvolvimento de aplicações”, explica Marcos Scheffer, vice-presidente de redes e serviços gerenciados da Ericsson Brasil, durante o 6th Global 5G Event Brazil 2018.

Segundo ele, o grande desafio atual das operadoras é se preparar para atender ao mercado da indústria, pois estão acostumadas a vender pacotes de dados para os usuários e,  sugere que as teles já comecem a atender a esse segmento com a tecnologia 4G.  “Uma boa oportunidade para ganhar experiência nessa área será aplicar os casos mais simples da tecnologia 4G na indústria”, afirma  Scheffer

A vertical de manufatura – com negócios voltados para rastreamento de componentes dentro de fábricas, robotização, manutenção de equipamentos usando realidade aumentada, entre outros – é considerada a de maior potencial de transformação com a 5G, conforme a pesquisa da Ericsson.

Em seguida, vêm as verticais de utilities – gás, luz, água, energia –, e depois, os segmentos de segurança pública, saúde e cirurgia remota. Segundo Scheffer, a Ericsson está desenvolvendo uma parceria com o King’s College de Londres para estudar a aplicação em cirurgias remotas.

 Na sua apresentação, o VP de infraestrutura da Ericsson dividiu os  possíveis negócios de 5G no segmento de telecomunicações em quatro grandes áreas: banda larga móvel, banda larga fixa sobre infraestrutura móvel, IoT massiva e IoT missão crítica. Um dos grandes impactos que a tecnologia 5G trará para as operadoras diz respeito à banda larga móvel, que permitirá uma significativa redução dos custos operacionais.

Segundo ele, a receita anual das operadoras hoje crescem, globalmente, cerca de 1,5%, enquanto o tráfego dos dados que transportam, dependendo do mercado, aumenta de 50% a 75%. “A 5G vai ajudar as operadoras a balancear essa equação, pois entrega o megabyte com custo até 10 vezes mais baixo, comparado ao nicho 4G”, explica.

 Frequências

Apesar de o Brasil ser um dos países com maior disponibilidade de espectro na América Latina, o custo da frequência é considerado um ofensor para o sucesso da implantação da tecnologia 5G. “O preço das licenças aqui chega a ser 13 vezes maior do que o da Suécia. A questão está diretamente relacionada ao viés arrecadatório que o país adota com as faixas de frequências licitadas”, explica.

Segundo Scheffer, a Ericsson está estudando formas inovadoras de venda das novas frequências de 5G, que serão sugeridas à Anatel e ao novo governo. Em vez dos valores abusivos cobrados pelo espectro radioelétrico, por exemplo, a sugestão é lançar metas relacionadas à cobertura, capacidade e prestação de serviços.

 

 

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Da Redação

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