144 mil cartões brasileiros já foram roubados e vendidos na dark web este ano, diz pesquisa
Uma pesquisa da NordVPN, especialista em cibersegurança, revelou que 144 mil cartões de pagamento foram roubados no Brasil em 2023. Os números colocam o país na quinta posição mundial entre os mais afetados pelo crime e o primeiro na América do Sul.
De acordo com o índice de risco de fraude de cartão da NordVPN, em uma escala de 0 a 1,o do Brasil chega a 0,56. Pesquisadores também estimaram que o preço médio de uma unidade dessa na dark web é de R$ 42,94. Hoje, existem cerca de 92 mil cartões de pagamento brasileiros à venda ilegalmente.
O estudo analisou 6 milhões de unidades encontradas na dark web e levantou que dois em cada três cartões vêm com pelo menos algumas informações privadas, como endereço, número de telefone, endereço de e-mail ou até mesmo o número do Seguro Social (SSN). No Brasil, mais de 48 mil vem com número de telefone das vítimas. Ao vender esse banco de dados, a companhia estima que os cibercriminosos podem ganhar mais de US$ 18,5 milhões no total.
“Os cartões encontrados pelos pesquisadores são apenas a ponta do iceberg. As informações vendidas junto com esses cartões o tornam muito mais perigosos. No passado, as fraudes com cartões de pagamento eram feitas por meio de força bruta. Hoje, eles são roubados usando métodos mais sofisticados, como phishing e malware e podem culminar até no roubo de identidade da vítima”, diz Adrianus Warmenhoven, consultor de segurança cibernética da NordVPN.
EUA é líder mundial de golpes
Mais da metade dos 6 milhões de registros de cartões de crédito roubados analisados vieram dos Estados Unidos, provavelmente devido às altas taxas de penetração de cartões, população considerável e economia forte. Além disso, o preço é baixo. As unidades americanas são compradas por R$ 29,25 nos marketplaces da dark web. As cartas mais valorizadas (R$ 58,5 em média) são da Dinamarca.
Na América do Sul, o Brasil registrou o maior número de ataques, com quase 157 mil cartões de pagamento roubados. O Chile, com 30 mil cartões roubados, ficou em segundo lugar na lista dos países sul-americanos mais afetados.
Índice de risco
Os pesquisadores do NordVPN calcularam os riscos representados pelo roubo de cartão de crédito e ataques cibernéticos relacionados a moradores de 98 países. Malta, Austrália e Nova Zelândia ficaram no topo do índice de risco. O Brasil ocupou o 38º lugar. No outro extremo do espectro, a Rússia teve a pontuação de risco mais baixa e a China foi a terceira da última.
“Os insight confirmam hipóteses predominantes sobre a localização de operações de hackers em larga escala e o direcionamento proposital de países anglo-europeus”, analisa Warmenhoven.
Como se proteger dos ataques?
O especialista explica que é possível se proteger dos ataques, utilizando algumas estratégias de segurança virtual, como senhas impenetráveis, com pelo menos 20 letras, números e símbolos e armazenadas em um gerenciador criptografado, como o NordPass.
Outras dicas são: baixar o aplicativo do seu banco e utilizar as notificações de cada transação em tempo real; responder a violações de dados, alterando nome de usuário e senha imediatamente; e usar um software anti-malware, que garante a detecção de arquivos maliciosos e vírus que roubam informações.
A pesquisa
Os dados foram compilados em parceria com pesquisadores independentes especializados incidentes de segurança cibernética. Eles avaliaram oito mercados-chave na dark web para recuperar os detalhes de mais de 6 milhões de cartões. Os dados que a NordVPN recebeu desses pesquisadores terceirizados não continham nenhuma informação relacionada a um indivíduo identificado ou identificável (como nomes, informações de contato ou outras informações pessoais).