105 milhões de brasileiros são cobertos por banda larga móvel, mas não acessam
A GSMA, associação internacional que reúne as operadoras móveis, divulgou nesta terça-feira, 23, um relatório que mostra o estado da penetração da banda larga móvel na América Latina. Segundo o levantamento, existem 362,8 milhões de pessoas na região em áreas de cobertura de banda larga móvel que nunca acessam a internet pelo celular. No Brasil, são 105,1 milhões pessoas nesta situação.
O motivo para não acessarem a rede móvel variam pouco entre os países da América Latina. A principal justificativa de quem não acessa é a falta de conteúdo local, seguida da falta de habilidade e dos preços altos. No Brasil, 47% dos entrevistados de fora da banda larga móvel dizem que não acessam por falta conteúdo relevante. Outros 41% afirmam não saber como se conectar. Mais 37% dizem que o acesso é caro.
O estudo mostra que a desigualdade é uma das grandes barreiras. Na região, em média, a renda dos 20% mais ricos é oitos vezes mais alta que dos 40% mais pobres. No Brasil, essa relação é maior, de 11 vezes. Ao mesmo tempo, ter um celular consome 10% da renda dos 40% mais pobres, e apenas 1% da renda dos 20% mais ricos. Segundo a GSMA, operadoras e governos devem trabalhar para que o custo seja de não mais que 5% da renda, em ambos os públicos. Os valores são calculados com base em acesso pré-pago com limites de 500 MB.
A entidade não deixa de repisar os argumentos das teles brasileiras, de que os impostos oneram os serviços e impactam a universalização. No Brasil e na Argentina, diz o relatório, os impostos superam 30% do valor pago pelos clientes em serviços de banda larga móvel.
Os impostos sobre o aparelhos celular supera os 40% por aqui. Não é o país com maior taxação. Na Argentina, impostos sobre dispositivos chegam perto dos 60%, enquanto na República Dominicana se aproxima de 50%. Em compensação, o Brasil tem os mais altos impostos sobre serviços, acima de 30%. Argentina e República Dominicana em seguida. A GSMA reconhece, entretanto, esforços em reduzir impostos no setor. Destaca uma redução de 80% nas taxas combinadas para M2M no Brasil e das tarifas de conexão entre operadoras desde 2014. A divulgação dos dados aconteceu durante a MWC 2016.