Posse no TCU: Vital do Rêgo destaca soluções consensuais como legado a seguir

Ministro assumiu a Presidência da Corte de Contas ressaltando que a SecexConsenso, iniciativa de seu antecessor, Bruno Dantas, promove economia de recursos.
Ministros Bruno Dantas e Vital do Rêgo em cerimônia de posse | Foto: TCU
Ministros Bruno Dantas e Vital do Rêgo em cerimônia de posse | Foto: TCU

O ministro Vital do Rêgo tomou posse como presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), em solenidade realizada nesta quarta-feira, 11. O vice da nova gestão será Jorge Oliveira. 

No primeiro discurso, Vital do Rêgo destacou iniciativas que considera parte do legado deixado por seu antecessor, Bruno Dantas, entre elas, a criação da Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso), instância de mediação que concentra atualmente diversas tentativas de acordo entre agentes reguladores e concessionárias. 

O ministro ressalta que a secretaria segue “uma tendência global do direito administrativo que demonstrou ser o consenso no julgamento de contas uma alternativa efetiva, abandonando a eterna litigância e promovendo a economia de recursos públicos”.

Citando balanço da Corte, Vital do Rêgo afirma que os termos já firmados nos processos de soluções consensuais já possibilitaram R$ 16 bilhões aos cofres públicos. “Temos mais 30 processos de [solicitação] de consenso que, se aprovados, trarão um destrave na litigiosa máquina administrativa do Brasil”, afirmou.

Por fim, o ministro afirmou que buscará promover uma gestão que olhe para as contas públicas com foco no benefício aos cidadãos. 

Consensualismo

No setor de telecom, a SecexConsenso se tornou via de mediação nos acordos para migração da concessão de telefonia fixa para o modelo de autorização, em solicitações que envolvem as operadoras e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Dos três processos de soluções consensuais protocolados no TCU em que as teles são parte, dois deles já foram aprovados – com a Oi, que prevê uma contrapartida de investimentos por parte da empresa de R$ 5,8 bilhões, e com Telefônica, no valor de R$ 4,5 bilhões. Segue em andamento as negociações da migração da Algar.

Por envolver volume bilionário de recursos, a criação da SecexConsenso levantou questionamentos políticos. Atualmente, a constitucionalidade da secretaria é objeto de ação no Supremo Tribunal Federal (STF), movida pelo Partido Novo, com a intenção de anular os acordos já firmados até então e extinguir a pasta (ADPF 1183). Por parte do governo federal, não haveria irregularidade, tendo a Advocacia-Geral da União (AGU)  já se manifestado favorável à legitimidade da estrutura perante a Justiça.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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