Oi continuará no móvel. Venda da Unitel acontece até o final do ano.

Rodrigo Abreu diz que o segmento móvel gera valor para a companhia: "protegeremos essa capacidade para que possam ser tomadas as melhores decisões de evolução futura".

*Com Rafael Bucco

A Oi não precisa se desfazer da operação móvel para fazer caixa. A unidade é valiosa, gera valor para a companhia e tem crescido no importante segmento do pós-pago, onde a receita é maior. A venda de ativos não estratégicos será suficiente. Entre os mais importantes, a participação de 25% na operadora angolana Unitel, será completada ainda este ano, segundo os dirigentes da companhia Eurico Teles e Rodrigo Abreu. E permitirá não apenas atingir o objetivo de capex de R$ 7 bilhões, como prolongá-lo (leia mais aqui). Os executivos responderam, por e-mail, a perguntas do Tele.Síntese nesta quarta-feira, 2.

A venda da Unitel, avaliada em cerca de US$ 1 bilhão, poderia dar reforço de quase R$ 4 bilhões ao caixa da companhia. Segundo Abreu, sua venda “representa uma parte significativa do valor a ser gerado” para o grupo no curto prazo. E acrescenta: “estamos trabalhando de maneira cuidadosa, e reafirmamos a confiança na execução nos prazos previstos”, ou seja, até o final do quarto trimestre.

Ele reitera que a Oi também venderá, conforme consta do plano estratégico, uma série de outros ativos non-core, “incluindo torres, Data-Centers, participações em empresas com ativos de fibra em algumas regiões não estratégicas e diversos ativos imobiliários”. Com isso, haverá a obtenção, conforme o plano apresentado em julho, de ao menos R$ 7 bilhões.

Fatiamento descartado, por ora

O COO da Oi rechaça os rumores que circularam recentemente, de que a operadora planeja se desfazer da sua operação móvel. “Não existe nenhuma discussão de “fatiamento” da companhia como chegou a ser aventado, de maneira superficial”, alega.

Ele diz que o plano estratégico traz alternativas para geração de valor no longo prazo. “Temos hoje uma operação móvel sustentável, que gera caixa e tem apresentado ótimos resultados operacionais, em particular com nosso crescimento nos últimos 12 meses na aquisição de clientes pós-pagos, onde apresentamos desempenho bastante destacado”, defende.

Se desfazer do móvel, seria, a seu ver, abrir mão de uma fonte importante de receitas neste momento. “Vale enfatizar que nossas operações móveis sem dúvida nenhuma têm um papel importante na geração de valor para a companhia, e que protegeremos essa capacidade para que possam ser tomadas as melhores decisões de evolução futura”, afirma.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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