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Leilão

Para novo presidente da Ericsson na região, leilão 5G sai até começo de outubro

Rodrigo Dienstmann acredita em poucas mudanças no edital definitivo do leilão 5G e faz um alertas às operadoras: é preciso oferecer mais do que conectividade para capturar o potencial econômico da quinta geração de redes móveis.

Nesta quarta feira, 18, o plenário do Tribunal de Contas se reúne para votar o relatório do ministro Raimundo Carreiro sobre o edital do leilão 5G a ser tocado pela Anatel. A área técnica do TCU propôs inúmeras alterações, algumas profundas e capazes de adiar o certame para além de outubro, data desejada pelo governo. O novo presidente da Ericsson para o Cone Sul da América do Sul, Rodrigo Dienstmann, porém, acredita que o colegiado da corte de contas vai propor uma calibragem, com mudanças que tenham pouco efeito sobre os prazos.

“Tenho confiança de que o leilão será mesmo no final de setembro ou começo de outubro. Vejo um espírito entre os envolvidos de fazer a coisa acontecer com algumas correções apenas. Não ouvi nenhum comentário fatal sobre esse leilão”, afirmou a jornalistas nesta terça, 17.

Para o executivo, a razão é simples. O 5G vai agregar muito valor à economia e à sociedade, por isso precisa acontecer logo. “É um leilão diferente de todos os outros que vimos no passado. Será a porta de entrada para essa revolução”, resumiu.

Ele citou pesquisas já conhecidas, feitas pela própria fornecedora, de que a 5G vai adicionar R$ 153 bilhões à economia brasileira ao longo de sua implantação nos próximos dez anos. E reforça que o trabalho da Ericsson é ajudar as operadoras a abocanharem parte desse valor.

“Quem captura todo esse valor? A Sociedade captura um pedaço, e as operadoras outro pedaço. Na Ericsson, consigo ajudar a manter o máximo desse valor agregado dentro das operadoras. O 5G basicamente vai levar a novos modelos de negócio. É uma rede muito mais flexível, que vai aumentar a produtividade da economia e da sociedade como um todo”, disse.

Futuro das telcos

Como as operadoras são os parceiros principais por definição dentro da fabricante, é com elas que a Ericsson espera ampliar vendas de produtos para redes privadas. O executivo, inclusive, faz um alerta para as teles. Ressalta que a oferta de conectividade será cada vez mais uma parcela menor do potencial econômico das redes.

“Se as operadoras não oferecerem serviços, vão se tornar redes neutras de 5G, e não é o que eles querem, nem o que nós queremos”, ponderou. Por isso mesmo a Ericsson demonstra interesse em software e não está alheia ao modelo de rede Open RAN, mesmo sendo uma das três maiores fabricantes de redes proprietárias.

“Fazemos parte da aliança Open RAN. Fazemos parte do ecossistema que está desenvolvendo este sistema. Certamente vai trazer um novo ambiente competitivo. Confiamos em nossas arquiteturas e na forma como elas trabalham. E que existe um ponto de equilíbrio nos planos das operadoras entre contratar tudo de um só fornecedor, ou comprar tudo fragmentado”, afirmou.

Além de se preparar para colocar na rua produtos compatíveis com Open RAN, a Ericsson aposta cada vez mais no crescimento da fábrica brasileira. Estabelecida aqui há 65 anos, a unidade vem ampliando a produção e receberá aporte de R$ 1 bilhão entre 2020 e 2025 para aumentar sua capacidade de entrega de equipamentos 5G.

“Hoje fornecemos para o Brasil, América Latina, e já vendemos também para Europa, Estados Unidos e até China. Estamos preparados, e vemos a região crescendo, o Chile já fez seu leilão, depois vem Brasil, em seguida Peru, Argentina, Uruguai. Então continuaremos a ampliar todas as linhas”, concluiu Dienstmann.

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